Dólar, Cartão de Crédito e aumento do IOF

Saiba como fica o IOF para o câmbio em viagens para o exterior

Compartilhe:

Viajar para o exterior envolve muitos preparativos, e entender as mudanças no IOF para o câmbio é essencial para planejar seu orçamento. Em 2025, o governo brasileiro alterou a alíquota do IOF para operações financeiras internacionais, impactando diretamente quem usa cartão de crédito, débito, contas digitais ou compra moeda estrangeira. Essas mudanças podem influenciar o custo da sua viagem e a forma como você leva dinheiro para o exterior.

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é aplicado sobre diversas operações, especialmente aquelas que envolvem crédito e câmbio. Recentemente, o IOF para cartões internacionais e contas digitais subiu para 3,5%, interrompendo a tendência de redução gradual que estava prevista até 2028. Com isso, é fundamental entender as novas regras para evitar surpresas e escolher a melhor forma de pagar suas despesas no exterior.

Neste guia completo, você vai descobrir como o IOF afeta diferentes formas de câmbio, as vantagens e desvantagens de cada opção, além de dicas para economizar e evitar problemas durante sua viagem. Prepare-se para viajar com mais segurança e economia!

Câmbio e cartões internacionais

O que é o IOF e como ele impacta suas viagens?

O IOF é um imposto federal aplicado sobre operações financeiras, como empréstimos, financiamentos e, principalmente para viajantes, sobre compras no exterior e câmbio. Quando você usa cartão de crédito internacional, débito, ou faz remessas para contas no exterior, o IOF incide sobre o valor convertido para reais.

Até 2022, a alíquota do IOF para cartões internacionais era de 6,38% e vinha sendo reduzida gradualmente, com previsão de zerar em 2028. No entanto, a partir de maio de 2025, o governo elevou essa alíquota para 3,5%, unificando o IOF para cartões de crédito, débito, pré-pagos e cheques de viagem internacionais. Além disso, a compra de moeda em espécie e remessas para contas internacionais também passaram a ter IOF de 3,5%, contra 1,1% anteriormente.

Essa mudança visa desestimular a abertura de contas no exterior e o envio de dinheiro para fora do país, mas impacta diretamente o bolso dos viajantes brasileiros. 

IOF em transações

ModalidadeComo eraComo vai ficar
Cartões de crédito e débito internacional3,38%3,5%
Cartão pré-pago internacional e cheques de viagem para gastos pessoais3,38%3,5%
Remessa de recurso para conta do contribuinte brasileiro no exterior3,38%3,5%
Compra de moeda em espécie em casas de câmbio1,1%3,5%

Embora o aumento pareça pequeno, ele representa uma reversão da política de redução do IOF, que estava prevista para zerar em 2028. Agora, o imposto fica fixo em 3,5% sem previsão de queda nos próximos anos, o que pode encarecer significativamente suas operações cambiais e compras no exterior

Remessa de valores para contas internacionais

Também vai ficar mais caro enviar seu suado dinheirinho para contas internacionais como Wise, Nomad e Revolut. Hoje o IOF cobrado para remessa é de 1,1%. Com a medida do governo, a partir de amanhã ele passa a ser de 3,5%. Um aumento de mais de 300%!

Para ficar mais claro, vamos simular uma compra de US$ 1.000, comparando as regras que valiam até hoje e as que valem a partir de amanhã.

Valor em DólaresValor em ReaisIOF (até 22/05) 1,1%IOF (a partir de 23/05) 3,5%
US$ 1.000R$ 5.720R$ 62,92R$ 200,20
Cartões Globais

E isso não foi por acaso. O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, em entrevista ao Uol, explicou que a decisão busca desestimular a abertura de contas internacionais. “Acho que nenhum país em desenvolvimento incentiva as pessoas a tirarem dinheiro do país e abrir conta-corrente para ter cartão no exterior”.

Mas as medidas não foram bem recebidas pelo mercado, e o dólar comercial, que vinha numa trajetória de queda no dia (chegou a ser cotado a R$ 5,59), inverteu o sentido e subiu consideravelmente, fechando em R$ 5,72.

Contas globais x cartões de crédito: IOF igual, spread diferente

Sim, com a nova alíquota de 3,5%, tanto as contas digitais internacionais quanto os cartões de crédito passam a ter o mesmo imposto. Mas isso não significa que agora está tudo igual, na prática. O que vai contar ainda mais agora é o spread cambial (mais uma palavra difícil…). Mas o spread é basicamente a margem de lucro que cada instituição financeira aplica sobre o dólar para convertê-lo em reais e “vender” ao cliente.

Nas contas globais, esse spread já costumava ser inferior, variando entre 0,6% e 2%, dependendo da plataforma. Já nos cartões de crédito internacionais, o spread pode chegar a 7% ou até mais, especialmente nos bancões tradicionais.

Contas digitais internacionais x cartões de crédito: qual a melhor opção?

Apesar do IOF igualado em 3,5% para todas as operações, o custo final para o viajante pode variar bastante devido ao spread cambial — a margem que bancos e plataformas aplicam sobre o dólar para convertê-lo em reais.

Tipo de Conta/CartãoSpread Cambial MédioVantagensDesvantagens
Contas digitais (Revolut, Nomad, Wise)0,6% a 2%Conversão transparente, controle de gastos, cartões físicos e virtuais, benefícios extrasPode exigir planejamento prévio
Cartões de crédito tradicionaisAté 7% ou maisConveniência, acumula milhas e cashbackSpread alto, custo final elevado

As contas digitais continuam sendo a melhor opção para quem quer planejar e controlar os gastos, com conversão instantânea e menor custo total. Cartões de crédito tradicionais podem ser úteis para conveniência e acúmulo de benefícios, mas o custo pode ser maior, especialmente em bancos grandes com spreads elevados

Qual a melhor forma de levar dinheiro na viagem em 2025?

Com o novo IOF de 3,5% nivelando todas as opções, a dúvida sobre qual é a melhor forma de levar dinheiro na vigem ganhou ainda mais peso. A resposta, claro, vai depender do seu perfil, mas algumas verdades seguem firmes: controle, planejamento, fugir de pegadinhas e o custo total final ainda fazem muita diferença. Mas, resumindo, cada forma de pagamento:

Conta digital internacional

Na maioria dos casos, as contas digitais como Revolut, Nomad, Wise e Astropay continuam sendo a opção mais vantajosa para quem gosta de planejar e se controlar. Com ela, você pode ir comprando moeda aos poucos e montar um valor médio do câmbio, o que ajuda a amenizar oscilações futuras. Você tem um cartão de débito internacional (virtual ou físico) para compras e saques.

Cartões internacionais das contas Wise, Revolut, AstroPay e outros, opções populares de contas digitais globais para viajar com mais controle e menor custo

Cartão de crédito

Com o novo IOF, os cartões de crédito em geral ganharam competitividade e passaram a ser uma opção a ser considerada. Eles oferecem conveniência, já que se pode usar o cartão de sempre durante a viagem, e ainda permitem aproveitar os benefícios como acumular milhas ou receber cashback. Mas o custo final pode ser mais elevado, principalmente em cartões de bancos tradicionais com spreads altos e baixa pontuação. Você fica vulnerável à variação cambial durante a viagem e maior possibilidade de descontrole dos gastos, que só serão pagos na fatura. Aqui, a dica é avaliar o custo-benefício real. Milhas só compensam se o spread for justo.

Papel-Moeda: Quando Ainda Faz Sentido

Limitações do Dinheiro Físico

O papel-moeda tornou-se a opção menos atrativa para viajantes modernos. Principalmente, as casas de câmbio praticam spreads elevadíssimos, frequentemente superiores a 8%. Além disso, muitos destinos internacionais caminham para economia cashless (sem dinheiro físico).

Entretanto, manter uma pequena quantia em espécie ainda é recomendável. Especificamente, para emergências, gorjetas e estabelecimentos que não aceitam cartão. Recomenda-se não mais que 10% do orçamento total da viagem em papel-moeda.

Segurança e Praticidade

Carregar grandes quantias em dinheiro apresenta riscos desnecessários de roubo ou perda. Inversamente, cartões oferecem proteção contra fraudes e possibilidade de bloqueio imediato. Consequentemente, a combinação ideal inclui cartão principal e pequena reserva em espécie.

Notas de dólar em espécie representando o uso de papel-moeda e seu custo elevado em casas de câmbio

Estratégias para Economizar com as Novas Regras do IOF

Planejamento Antecipado: Sua Melhor Ferramenta

O planejamento antecipado tornou-se ainda mais crucial com as novas regras. Primeiramente, monitore a cotação do dólar regularmente antes da viagem. Dessa forma, você identifica momentos favoráveis para conversão de moeda.

Além disso, considere dividir suas compras de moeda em várias operações menores. Esta estratégia, conhecida como “dollar cost averaging”, minimiza o impacto da volatilidade cambial. Consequentemente, você obtém um preço médio mais equilibrado ao longo do tempo.

Comparação de Custos Totais

Dica Importante: Sempre calcule o Custo Efetivo Total (CET) antes de escolher sua forma de pagamento. Este cálculo inclui IOF, spread cambial, taxas administrativas e eventuais anuidades. Surpreendentemente, muitos viajantes focam apenas no IOF e ignoram outros custos significativos.

Para uma compra de US$ 1.000, por exemplo, o IOF representa R$ 200,20 com a nova alíquota. Contudo, o spread pode adicionar entre R$ 30 e R$ 400 dependendo da instituição escolhida. Portanto, a escolha da plataforma certa pode economizar muito mais que tentativas de fugir do IOF.

Aproveitando Programas de Fidelidade

Cartões de crédito com baixo spread podem ser vantajosos para quem usa milhas estrategicamente. Especificamente, cartões de cooperativas como Unicred e Sicoob oferecem spreads competitivos. Simultaneamente, eles permitem acumular pontos para futuras viagens.

No entanto, avalie cuidadosamente se a pontuação compensa o spread adicional. Geralmente, cartões que oferecem 1 ponto por dólar gastam perdem atratividade se o spread superar 3%. Portanto, faça sempre as contas antes de decidir pela “vantagem” das milhas.

Dicas Avançadas para Otimizar Seus Gastos em Viagens

Timing das Conversões

Monitore o mercado cambial e aproveite momentos de baixa do dólar para conversões maiores. Aplicativos como “Dólar Hoje” e “XE Currency” enviam alertas quando a moeda atinge valores desejados. Dessa forma, você maximiza seu poder de compra internacional.

Paralelamente, evite conversões de última hora ou em aeroportos. Tradicionalmente, esses locais praticam as piores taxas do mercado. Prefira planejar com antecedência de pelo menos 30 dias.

Diversificação de Métodos de Pagamento

Estratégia Profissional: Combine diferentes métodos para otimizar custos e segurança. Use conta digital para gastos planejados, cartão de crédito como backup e pequena quantia em espécie para emergências. Esta abordagem minimiza riscos e maximiza flexibilidade.

Adicionalmente, mantenha cartões de bandeiras diferentes (Visa e Mastercard). Ocasionalmente, alguns estabelecimentos têm restrições ou problemas técnicos com determinadas bandeiras. Assim, você garante acesso ao dinheiro em qualquer situação.

Aproveitando Benefícios Adicionais

Explore benefícios além do câmbio que suas ferramentas financeiras oferecem. Contas como Revolut oferecem seguros de viagem gratuitos. Cartões premium incluem acesso a salas VIP e seguros abrangentes. Consequentemente, esses benefícios podem compensar custos adicionais de IOF.

Resumindo: não é o fim do mundo, mas vai ficar mais caro

Sim, viajar vai ficar um pouco mais caro (e ficamos na torcida para que o dólar caia e amenize isso). As contas globais perderam um pouco do brilho, e os cartões de crédito tradicionais continuam pesando no bolso. Mas isso não significa que viajar se tornou impossível ou que não dá mais para economizar.

Cofrinho com moedas e cédulas sobre um mapa com etiqueta escrita 'viagem', simbolizando planejamento financeiro para viajar mesmo com o dólar e IOF mais caro

Agora, mais do que nunca, planejar, entender os custos reais de cada opção e fazer escolhas conscientes é o que separa quem viaja com inteligência de quem estoura o orçamento. Algumas dicas seguem:

  • Dicas para economizar e evitar dores de cabeça no câmbio em 2025
  • Planeje suas compras de moeda: Compre aos poucos em contas digitais para diluir oscilações cambiais.
  • Evite levar muito dinheiro em espécie: O papel-moeda está cada vez menos usado e pode ser mais caro.
  • Use cartões com cashback e spread reduzido: Cartões de cooperativas e bancos menores podem ser mais vantajosos.
  • Controle seus gastos: Prefira contas digitais que permitem usar saldo já convertido para evitar surpresas.
  • Fique atento às cotações: Utilize alertas de passagens e câmbio para aproveitar os melhores momentos.
  • Considere seguros e benefícios: Um bom seguro viagem pode evitar custos extras e perrengues.

Confira toda a apresentação das novas medidas feita pelo Ministério da Fazenda – clique aqui.

O que achou da medida do governo? Isso muda os seus planos futuros de viagem? Deixe o seu comentário!

Resolva aqui a sua viagem

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima